Cassiano Mendes é dono das gravadoras Wired Music e LoKik Records, do site Soundshop e de outros empreendimentos ligados á cena Psytrance.
Nessa entrevista ele fala do mercado e das possibilidades para quem está entrando hoje na cena.
1-) O surgimento da empresa, em 2006, decorreu do mercado promissor que setornou o psytrance?
Sim, vimos um mercado promissor dentro do cenário eletrônico nacional, onde os artistas nacionais de psytrance não estavam sendo bem trabalhados, nem promovidos, e dentro dessa proposta surgiu a Wired Music, uma gravadora brasileira, especializada em psytrance, mas focada única e exclusivamente em ARTISTAS BRASILEIROS.
2-) Vocês estão preenchendo alguma brecha do mercado, ou preferem trabalhar com fatos consumados?
Ambos, mas como citei existia essa brecha no mercado com artistas brasileiros, e estamos apostando nisso desde então. O mercado da música atual não nos permite trabalhar com fatos nem números consumados, e sim trabalhamos com diversos produtos. Que são na verdade várias apostas de possível sucesso.
3-) Hoje em dia o psytrance continua movimentando bastante dinheiro, como no boom, em 2005/2006?
As vendas de CDS caíram drasticamente de 2003, 2004 para cá, e falando como sócio de uma gravadora os valores não movimentam as mesmas quantias de anos atrás. Acho que aliando todas as formas de se ganhar junto com artista, seja com CDs, apresentações em festas, música digital e outros caminhos, ainda é um mercado que podemos continuar a trabalhar e investir.
Quanto as festas, posso apenas falar sobre o número de freqüentadores, que acho que não diminuiu, portanto devem estar movimentando as mesmas quantias, gerando os mesmos empregos etc...
4-) Como está o território nacional para os artistas brasileiros queestão entrando agora na cena?
Todos que estão entrando no mercado de música eletrônica atualmente aqui no Brasil tem um caminho muito duro a percorrer. É bem difícil você conseguir seu espaço numa cena tão grande, digo grande em termos de festas e excelentes DJs e produtores que temos. Mas acho que quem está começando e for bom, terá seu espaço. Aparecem sempre coisas inovadoras e interessantes em todas as áreas, e o mercado de música é assim também, estamos sempre em busca de novos talentos.
5-) E os dinossauros, estão conseguindo sobreviver em meio a tantas novidades e lançamentos?
Olha, muitas gravadoras de peso mundial fecharam nos últimos tempos, algumas partiram para dar de graça seus novos lançamentos, então vejo esse pessoal meio perdidos nessa nova era de gravadoras, música digital e novos artistas. Alguns estão migrando a gravadoras mais sérias, outros simplismente não lançam música nova a tempos, mas isso bate com uma tendência de mercado, estão ficando apenas as empresas mais organizadas, e com algum foco. Até por isso que volto a citar que os artistas brasilerios são nosso foco, com isso conseguimos realmente trabalhar em parceria com os artistas, que acho que é o que ainda nos dá prazer e motivação para continuar desenvolvendo lançamentos.
6-) Na sua opinião, qual o principal vilão para o mercado psytrance hoje?
Para nós como gravadora os downloads ilegais e a pirataria são onde perdemos a grande parte de nossas receitas, já em relação a cena em geral, acho que festas mal produzidas, por pessoas mal intencionadas realmente é o maior vilão da coisa toda..
7-) Existem monopólios por parte de grandes organizações? Ou há espaço para todos?
Não acho que exista monopólio, acho que por trás das grandes organizações existe competência e muito trabalho para chegar onde chegaram. Sempre haverá espaço para novas organizações que partam sempre desse princípio. Nos mesmos atuamos em várias áreas dentro do mesmo segmento, temos gravadoras como a Wired Music e a Lokik Records, temos a loja SoundShop, empresa de design, várias coisas, e como falei, acho válido essa diversificação se o trabalho por trás for sério.
8-) Qual a área mais difícil des vocês trabalharem e por que? E onde foi mais fácil o acesso?
O mais difícil é você ser reconhecido como uma empresa séria dentro desse mercado, isso leva um tempo devido a como citado numa pergunta anterior, ainda tem pessoas que denigrem a cena eletrônica de diversas maneiras. Fácil não tem nada, tudo realmente se resume a trabalho!
> 9-) Conte um pouco das dificuldades e das facilidades de se lançar um CD com parcerias brasileiras e internacionais, como o que vocês fizeram esse ano.
O mercado de CDs é hoje um mercado bem difícil como já foi falado, mas hoje num lançamento desse, trabalhamos com diversas frentes de venda que vão além do CD. Qualquer lançamento nosso sai também em formato digital, tanto para lojas de venda de mp3, como também para formatos de celular, festas de lançamento, etc. Portanto aliando essas diversas frentes conseguimos tentar expor o produto o mais possível que seja, para que com isso tenhamos melhores resultados nas vendas.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
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3 comentários:
Papinho de empresário de que há espaço para todo mundo.
Sim, que só os bons chegam lá isso não há dúvida, mas será que todos os "bons" tema chance de chegar lá??
Eu sou produtor de eventos e sei o quanto é difícil esse mercado. No entanto, a culpa é da imcompetência, e não das grandes organizações, pois quem é bom chega lá. Sempre. Competência, com uma boa dose de persistnência = Realização.
concordo com o bruno pq a cena ta precisando de gente séria e competente!
Mas que o mercado hoje não está paa peixe, isso não está... apenas tubarões sobrevivem, se é que algume me entende...
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