quarta-feira, 29 de abril de 2009

Direito de resposta: Tomás Chiaverini

Após a publicação da carta de Milene Sodré, Tomás redigiu uma resposta, que pode ser lida nesse link:

http://psyte.uol.com.br/aspx/redacao/noticias/noticia.aspx?seq=3927

É a outra face da moeda...

Quem tem razão?

Não sei... só sei que eu estou louca para ler o livro... no mínimo as vendas irão aumentar com toda essa polêmica... Só não sei se felizmente ou infelizmente...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Livro "Festa infinita - o entorpecente mundo das raves" é criticado por Milene Sodré


Depois de um lançamento fervoroso, o livro "Festa infinita - o entorpecente mundo das raves", do jornalista Tomás Chiaverini, já está causando muitas polêmicas.
A principal delas é uma crítica escrita pela jornalista e produtora Milene Sodré, intitulada de "eles são muitos, mas não sabem voar".
Bem, as coisas que ela diz não são muito favoráveis ao autor da obra, que segundo ela, distorceu falas suas, assim como fez colocações indevidas. Ela faz a seguinte definição: "O livro é uma festa infinita de transcrições distorcidas e palavras não autorizadas à publicação". E diz ter sido citada pelo autor sem autorizaçãio, por uma conversa que teve com Tommy, um dos integrantes de um grupo estrangeiro de sexo explícito, o Fuck For Forest, contratados para um show, em ambiente fechado e restrito para maiores.

Eu não li o livro ainda, por isso vou me abster de dar qualquer opinião. Mas uma coisa posso afirmar: Milene tem razão em algumas coisas no texto, no que diz respeito ao jornalismo (mais uma vez: não posso dizer do livro, pois não o li) e de quebra da conselhos para a cena eletrônica.

Apesar de que, no início de seu texto, a impressão que eu tive foi a de que ela estava ressentida com o autor do livro...

E só para deixar estampado: ousarei fazer uma crítca antes mesmo de ler o livro, ou melhor, ousarei concordar com Milene: o título do livro, logo de cara, na primeira vez que eu vi, me chamou a atenção! Achei um tanto quanto pejorativo, rotulativo(entorpecente...), sensacionalista e infantil...

Enfim... cada um que tire suas conclusões.



Segue o texto na íntegra:



Eles são muitos, mas não sabem voar

Foi lançado recentemente, pela editora Ediouro, o livro Festa Infinita, o entorpecente mundo das raves, de Tomás Chiaverini.
Logo de cara pensei “lá vem mais uma daquelas publicações falando sobre drogas”.
Mas o que viria a seguir era pior do que apenas mais uma matéria falando do mesmo tópico de sempre.

O falatório na internet entorno do assunto era tanto que resolvi dar uma olhada em alguns trechos do livro e entrevistas a respeito. Ironia do destino, ou não, deparei de primeira com a tradução de uma conversa minha com Tommy, um dos integrantes de um grupo estrangeiro de sexo explícito, o Fuck For Forest, contratados para um show, em ambiente fechado e restrito para maiores, em uma festa de arte e cultura alternativa, que acontece já há alguns anos na calorosa Bahia.


O jovem escritor começa a transcrição da conversa, analisada e publicada sem autorização, da seguinte forma: “a produtora, com seu inglês abrasileirado (...)”, e mais adiante continua: “Tommy, com seu inglês perfeito (...)”. Ora bolas, o que tem haver se meu inglês tem sotaque ou não, o que importa é que a comunicação seja estabelecida entre ambas as partes, fato que sempre ocorreu nas minhas conversas informais, viagens e trabalhos. Tommy fala inglês fluentemente porque nasceu e cresceu na Europa, ele é o típico viajante, era o mínimo a se esperar, por isso não entendi a necessidade da comparação do autor. A princípio achei um tanto quanto preconceituoso, mas relevei.


A história no livro prossegue, deixo passar mais uma ou duas coisinhas que me parecem estranhas até que chega “o grand finale” onde, catastroficamente, o autor traduz uma idéia minha ao Tommy da seguinte forma: “as pessoas da região são pobres, não tem nem o que comer, como você espera que elas entendam o amor?” Meu Deus! Tudo bem que meu inglês não seja incrível como de Tommy, mas não saber a diferença entre amor e sexo seria demais. Hoje, no Brasil, até uma criança sabe a diferença entre LOVE e SEX. E, de fato, o que disse é que a comunidade local não entenderia free sex (sexo livre).

Passei 15 dias com o grupo antes do show, fora as horas de leitura e pesquisa prévia na internet sobre o trabalho deles, estava cansada de saber que o lance não era fazer amor e sim sexo explícito mesmo, sexo livre, com todo e qualquer um que se dispusesse a participar, tudo em prol da natureza, até por isso eles se definem como um grupo de eco porn (pornô ecológico).


Que transcrição infeliz essa. Sem autorização para entrevista, muito menos para publicação, além da falta de fidelidade com as palavras.

Outras pessoas citadas no livro, profissionais respeitados, que trabalham há anos na cena, que geram emprego e renda para centenas de pessoas em seus encontros, me relataram o mesmo problema. O livro é uma festa infinita de transcrições distorcidas e palavras não autorizadas à publicação.


Em uma entrevista do autor para um site de cultura eletrônica a chamada da matéria dizia que Tomás era um bom jornalista, daqueles que vai a fundo nas histórias, e que para fazer Festa Infinita tinha até passado 30 horas num ônibus para conhecer os ravers, 20 dias acompanhando de perto a produção de um festival e, pasmem, tomado ecstasy. Depois disso desisti de vez do livro e entrevistas a respeito.


Para mim é evidente a irrelevância da publicação e imaturidade do autor, tanto pessoal quanto profissional. Falo isso com a qualidade de quem viu de perto o trabalho de Tomás e também como profissional de jornalismo. Não conheço, nem nunca ouvi falar, uma única escola de jornalismo no mundo que ensine a seus alunos que para ser um bom profissional, sério e competente, o jornalista precise viver o que vivem seus entrevistados. Se fosse assim seria essa a profissão mais injusta de todas, um verdadeiro terror.

Imaginem pelo que passaria o pobre jornalista de guerra. Teria ele que atirar bombas e tomar tiros para compreender o tamanho do sofrimento na fronte? Pior, coitado daquele que fosse pautado para desvendar a prostituição nas ruas. Será que “o bom jornalista” precisaria mesmo partir libidinoso às ruas e vender prazeres sexuais para descobrir que ganhar a vida com o corpinho não é nada mole? Claro que não.

Ou seja, Tomás andou horas de ônibus para conhecer no máximo 40 participantes de uma festa que recebe 8 mil pessoas. Cadê a visão de quem foi de carro, de avião, de carona, de bike ou mesmo a pé (acreditem, tem gente que vai a pé).

Passou 20 dias com a produção e não conheceu a fundo ninguém, pois até onde sei não tem um produtor da festa em questão que saiba, de fato, quem ele é.

Recolheu informações sorrateiramente e ainda conseguiu distorce-las. E o pior (ou mais engraçado, já nem sei mais), tomou ecstasy porque quis. Jornal nenhum do mundo pediria ou o obrigaria seu funcionário a tomar algo para conceder maior veracidade à matéria.

O bom jornalista é aquele que fala com o maior número de pessoas possível a respeito do assunto, gente de diferentes ângulos de observação dentro do ocorrido e, principalmente, diferentes opiniões. Um balanço de todos os relatos captados conduz a linha da reportagem. Essa é a analise proporcional dos fatos que, junto a uma pesquisa prévia sobre o assunto, garante a riqueza da matéria.


Com tanta coisa pra contar mais uma vez a cena eletrônica é divulgada pela ótica das drogas, visão completamente parcial do todo. Logo na capa a referência “entorpecente mundo das raves”, e se isso não é referência eu não sei mais o que pode ser. Quem sabe não terá sido uma bad trip do autor?

Enfim o que quero mesmo é fazer um alerta a todos que curtem e trabalham sério na cena eletrônica. Cuidado! Movimentos de contracultura sempre foram prato cheio para mídia marrom, sensacionalista e superficial, que está aí só para chamar a tenção e ganhar dinheiro.
É preciso sim se divertir, fazer amigos, socializar. É principalmente para isso que as festas existem. Celebre sempre! Porém não se esqueçam que não somos mais cem cabeças na pista. Hoje somos milhares e é preciso se preservar.


Se abra com o seu amigo, com o amigo do seu amigo. Passou disso, até segunda ordem, seja apenas gentil. Tem muita gente estranha chegando de curioso na cena, gente que não sabe o valor do processo coletivo, a riqueza do trabalho em comunidade, gente pensando sempre em benefício próprio.

Em tristes episódios como esse, em que somos alvos do olhar raso dos outros, busco conforto na lembrança de artistas brilhantes como a banda Secos e Molhados que, mesmo em plena ditadura militar, não se calaram e ainda cantaram, em alto e bom som, “eles são muitos, mas não sabem voar".

(*) Milene é produtora cultural e jornalista formada pela Universidade de Brasília.

domingo, 26 de abril de 2009

Raves - Woodstock do século 21

Sim, sim, sim!!!
Zuenir Ventura bem que nos avisou....
Agora pirem com esse vídeo de Rodrigo Gomes... seu trabalho de conclusão de curso, e olha, que trabalho!
Muito propício ao momento, em que eu coloquei em pauta aqui no blog a discussão sobre proibição de raves.
Ora, discutir a proibição, significa também discutir sua essência... discutir sobre o que é uma rave realmente...
E esse vídeo mostra um pouco disso.
Por ser de Santa Catarina, percebe-se o quanto o pessoal por lá é repreendido em relação às raves. Não vamos deixar isso acontecer em outros estados também galera!! Vamos lutar!!! E lutar para que Santa Catarina volte atrás... um estado tão bonito...
Enfim, para quem ainda não leu e quer ficar a par do assunto, acesse: http://psyte.uol.com.br/aspx/redacao/textos/texto.aspx?seq=459

Eis o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=pcmjHtf7NLU&feature=related

Depoimento Murilo Battisti


Murilo Battisti é psicólogo, conselheiro do Conselho Nacional Antidrogas (Conad) e pesquisador pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), por onde também é mestre e doutor. É especialista em drogas sintéticas, em especial o ecstasy.

Para compor a matéria sobre proibição das raves que escrevi, entrevistei-o, e listo abaixo os principais momentos do seu depoimento.


Boa leitura!



"Sou contra proibição de raves. Entendo que a proibição, para combater o uso de drogas, em particular o uso de ecstasy, é uma solução simples e fácil, mas que não resolve o problema.


A questão vai além de ser certo ou errado proibir, mas, a questão é que não funciona!
Já foi feito na Inglaterra, na década de 90, e é um exemplo claro de política pública que não da certo.


Na prática o que acontece são dois cenários: O primeiro é a migração do consumo para outros ambientes... da rave para casas noturnas, ou micaretas.
O segundo é sofisticar, mudar de nome, e continuar existindo, com o ecstasy.
Outro ainda, seriam cenários clandestinos.
Ou seja, seria péssimo.


Entendo que deveríamos regulamentar as raves, o que não significa criar obstáculos para que ela exista. Sentar na mesa com organizadores, profissionalizar o segmento, exigir da rave, infra-estrutura, segurança, saúde, e uma postura mais preventiva.
Na Europa, quando você senta com os organizadores de raves para discutir isso, eles têm se mostrado extremamente colaboradores, ou seja, a postura preventiva, tem que partir de dentro para fora, da própria organização do movimento, da cena eletrônica.
O conceito precisa ser o seguinte: Aqui é lugar para quem quer se divertir, dançar. Quem quer usar droga, vai para outro lugar, não é aqui. Tudo isso para profissionalizar mesmo o segmento.

Muita gente depende desse filão... o DJ, o garçom, os organizadores, os promoters, os decoradores, etc. Eles vivem disso.
Chegou a hora de criar condições para que a festa ocorra, pensando na promoção de saúde, que tenha infra-estrutura, segurança e prevenção contra drogas. De maneira alguma proibir raves....

Em Santa Catarina as raves foram proibidas sob a alegação de coibir a violência, as brigas... Minha suspeita é que fazendo isso, você moraliza a cena eletrônica.

Os dados brasileiros sobre uso de drogas ainda estão em construção, então não tem como afirmar se o uso em Floripa aumentou ou diminuiu, são dados indireto, ou seja, a partir da apreensão das drogas... a informação q eu tenho é que aumentou.

No Brasil, no ano de 2007 para 2008, as apreensões de ecstasy no Brasil aumentaram 1700%
A rave tem participação, pois a proposta é um convite para uma experiência sensorial... tem a iluminação, a musica, cheiros diferentes... é um convite a uma experiência sensorial... e é nesse convite que o uso de drogas entra... paralelo a tudo isso, existe uma postura química muito intensa: Em que momento o jovem parou e descobriu que pode se divertir mais com aquela química? Olha para o comprimido e acha que pode dançar e curtir mais com o uso dele... é uma mentalidade química...
Paralelo a tudo isso, existe uma postura química, que é a da nossa sociedade...

O desafio é grande, não tem solução fácil, simples...
A solução passa possivelmente pelo respeito à diversidade, ou seja, focar em prevenção, em redução de danos, tratamentos, e sentar na mesa para conversar sobre esse tema, e isso é para agora... não podemos proibir as raves achando q ela vai sumir do mapa... é uma visão até ingênua.

A cena eletrônica é um movimento jovem de repercussão global, é um movimento que é ao mesmo tempo protesto, e reflexo do mundo de hoje, é protesto pois trás uma série de mensagens, propondo mudanças:
- Vivemos num mundo com violência urbana, com guerras, como as no Iraque, Afeganistão, e a cena eletrônica propõe o pacifismo, é a turma do deixa disso.
- A cena propõe uma atmosfera de inclusão, num mundo extremamente excludente, no entanto ela também é reflexo do mundo de hoje, na medida em que ela propõe um estilo de vida mais tecnológico, com uma musica eletrônica, com a presença de computador. É uma música regida pela VELOCIDADE, o nosso músico é regido pela velocidade, é rápido e ágil. E o nosso mundo também está cada vez mais veloz, regido pela velocidade.
Finalmente, a cena trás uma série de modismos, roupas, tatuagens, estilos de cabelos, penteados, e isso nada mais é do que uma dinâmica de uma sociedade de consumo, ou seja, a cena eletrônica é um protesto e é um reflexo do mundo de hoje...

Há muitos tipos de raves. Na média, a visibilidade no uso de drogas é grande, mas não há números, não tem estudos científicos para isso.
A relação entre raves e drogas é real, não da para tampar os olhos. Mas ao invés de fazer juízo moral, devemos levar em conta as evidências daquilo que funciona, que vamos conseguir resolver o problema.

Na época que o rock nasceu havia juízo moral, um evento que alguns falavam que eram coisas do demônio. O rock naquele momento nasceu como uma forma de protesto... essa historia então não é nova.. isso tudo já aconteceu historicamente, temos que parar e olhar os caminhos que foram seguidos...

E proibir raves não da certo, essa caminho já foi trilhado e é um fracasso.
Sem nenhum rodeio sou contra a proibição de raves, e deixar como está também é prejudicial. Então tem que encontrar outra solução, regularizar, priorizando a promoção de saúde."

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Rafael Noronha mixa o primeiro CD da Lo Kik Records

Cd mixado por Rafael Noronha traz faixas que fazem sucesso nas pistas do país


A Lo Kik Records, selo pertencente ao grupo RC2 Music, lança seu primeiro CD. Após o lançamento de mais de 60 lançamentos digitais, o selo apresenta o CD "Lo kik Nights mixed by Rafael Noronha". Lo kik Nights é o projeto de festas do selo, e nada melhor que o DJ residente do projeto e label manager da Lo kik, Rafael Noronha, compilar e mixar o CD.


"Lo kik Nights" traz 17 faixas, mais uma vez com foco principal em artistas brasileiros, um dos diferenciais do selo. Dentre as músicas selecionadas, produções que passeiam por vários estilos dentro da música eletrônica, do techno ao tech-house, com destaque para artistas como Glocal, Anderson Noise, Noronha & Dupre, Gui Boratto, Viktor Mora & Nacaratti, Wehbba, Elemental X, Julio Torres e muitos outros.


Artistas internacionais também marcam presença, como os alemães D-Nox & Beckers, e os americanos Lance Blaise & Rod. B. Completam o release novos talentos nacionais como Truati, Andre Bastos, Rodrigo Carreira, Marcelinho CIC, Alec Araujo entre outros.


A seleção de faixas e mixagem ficou a cargo de Rafael Noronha, manager do selo. Noronha é um DJs mais experientes do país, e hoje, juntamente no projeto ao lado de Re Dupre, o Noronha & Dupre, é considerado uma das maiores revelações no cenário internacional quando se fala de produção musical. Foi eleito um dos 10 melhores DJs do país pela revista Dj Sound em 2008, além disso é residente do programa Clubtronic da rádio Energia 97 FM, um dos mais tradicionais da cena eletrônica nacional. Além de se apresentar por todo o país, já se apresentou em países como Espanha, Inglaterra, Portugal, Holanda, Israel e voltou recentemente de sua primeira tour pelos Estados Unidos, onde se apresentou durante a semana do Winter Music Conference.


O lançamento aconteceu com exclusividade pelo site Beatport, ontem, 23 de abril, onde será possível comprar as faixas separadas, além do DJ Mix do CD. Nas outras lojas digitais do mundo todo, incluindo o Brasil, a compra poderá ser feita após o dia 23 de maio.


Já o CD terá lançamento no final de maio, de forma simultânea no Brasil, Europa e Japão, e está com pré-venda exclusiva nas principais lojas de discos do Brasil.


Acesse a página especial da Lo kik no Beatport e confira o lançamento:
http://www.beatport.com/labels/lo+kik+records

Tracklist:

1 - Rafael Noronha & Re Dupre - Cocktail Place (Original mix)

2 - Truati - Gulp (Original mix)

3 - Rodrigo Carreira - Black Pepper (Original mix)

4 - Marcelinho Cic - Criciwoman (Original mix)

5 - Viktor Mora & Naccarati – Me and you (Numb3rs Rmx)

6 - Andre Bastos – Miami (Original mix)

7 - Anderson Noise - Emergency (Rafael Noronha & Re Dupre Rmx)

8 - D-Nox & Beckers - Left Behind (Daniel Marques Rmx)

9 - Re Dupre - Hi Sex (Original mix)

10 - Wehbba - The Bunker (Original mix)

11 - Lance Blaise & Rob B. – Faktree (Original mix)

12 - Daniel Marques - Pressure Cock (Original mix)

13 - Glocal - Dry Martini (Original mix)

14 - Elemental X - Santa Maria (Original mix)

15 - Julio Torres - Sideshow House (Original mix)

16 - Alec Araujo & Fernando Goiared - Futura (Original mix)

17 - Gui Boratto - Lark (Original mix)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ainda sobre proibição das raves

Segue o depoimento do Rodrigo Piccolotto, da PsyArena, que inclusive propõe algumas alternativas viáveis para a regulamentação das raves:

"Devidos as inúmeras ocorrências existentes nas festas de música eletrônica principalmente nos últimos 2 anos, a dificuldade da prefeitura liberar o alvará aumentou consideravelmente.

Hoje, não existe um motivo real e oficial para se negar o alvará. O que existe é "receio do orgão público" (entenda-se que este receio é totalmente embasado) de acontecer algo de errado nessas festas (drogas, roubos, brigas etc) e consequentemente acarretar problemas aos dirigentes legais e consequentemente a própria prefeitura da cidade.

Isso cresceu devido às inúmeras festas (se é que podemos chamar de festa) mal feitas por irresponsáveis (alguns denominados organizadores de raves) que acabaram consequentemente denigrindo a cena eletrônica e complicando aqueles que buscam realizar eventos de forma segura, eficaz e dentro dos critérios estabelecidos por uma prefeitura. Tivemos exemplos de festas com pouquíssimos seguranças, sem equipe médica, sem uma quantidade de banheiros e muitos vezes todos sujos etc...

Desde 2006, 2007 alguns deputados e vereadores começaram a tomar partido contra e outros a favor dos eventos de música eletrônica. Com o crescimento da cena negativa das festas (algumas mortes acidentais, vídeos com jovens tendo overdose e tráfico de drogas), mais difícil conseguir alvará, pois o número de deputadores e vereadores contra esse tipo de festa, aumentava.

Depois principalmente de uma morte acidental em uma festa esse ano (2008), foi bastante discutido e que está em andamento, um projeto-lei nº 1.388, onde "tenta" regulamentar esse tipo de evento eletrônico.

Isso ao meu ver, é um passo importante, pois "entende-se querer regulamentar a realização desse tipo de evento", porém o que se vê é um grande desconhecimento do que são essas festas, sua cultura, seu objetivo, enfim a finalidade que uma festa deseja trazer ao público que a frequenta.

As raves precisam ser regulamentadas sim, mas mantendo suas origens.

As raves são festas em locais abertos, ao ar livre, presando pela harmonia entre natureza e ser humano (algo cada vez menor nos tempos atuais devida ao crescimento tecnológico e consequentemente mudança nos valores). São locais amplos, que por obrigação da organização do evento, devem ser preservados.

Além disso são festas de longa duração, geralmente entre 20h e 30h, pois há várias vertentes na música eletrônica (trance, full on, progressive, psy, electro, house, minimal, tecno etc) o que faz o público ser diferenciado de acordo com o horário e estilo de música que queira assistir.

A regulamentação em trâmite por sua vez, não deseja regulamentar uma festa e sim enquadrá-la nos moldes das festas existentes (como uma boate em local fechado que funciona normalmente). Porém se torna inviável (financeiramente) realizar um evento de 10h com a infra-estrutura de qualidade que um evento de música eletrônica abrange, ou seja, a regulamentação das festas força mais sua extinção do que regulamentar eventos de música eletrônica. Não há atualmente, políticos com "mente aberta" para entender a cena eletrônica e em conjunto com os organizadores, formular regras que definam segurança, conforto e responsabilidade social.

Abaixo deixo aqui minha sugestão para viabilizar a realização das festas, algo já tentando por mim em várias prefeituras, mas até o momento sem sucesso.

Prefeitura define todos os documentos necessários, baseando pela quantidade estimada de público + horas de festa, como por exemplo:
- contrato equipe médica: ambulância UTI e/ou móvel + médicos + enfermeiros;
- contrato dos bombeiros e engenheiros que analisam e autorizam a realização no local;
- contrato com equipe de segurança;
- contrato do sistema de som + palco;
- contrato de sanitários químicos;
- ofícios entregues a guarda civil, municipal
- ofícios entregues a polícia civil, militar
- ofícios entregues ao Denarc
- ofícios entregues aos hospitais da região e etc

Demais documentos necessários, são definidos pela própria prefeitura. Ela inclusive pode orientar o organizador nesse sentido.

Após entregue todos os documentos, o organizador protocola todos os documentos obtidos e os deixa na prefeitura. Dentro de "xx" dias, retorna na mesma e retira o alvará.
Se a organização do evento contrata a infra-estrutura necessária, libera-se o local pelo tempo solicitado, permitindo a realização do evento.
Ou seja, a prefeitura diz o que precisa ter de documentos/contratos e conforme informação disponibilizada pela organização do evento sobre previsão de público, horário de início e término do evento.

O principal neste quesito é existir uma análise coerente do que realmente é necessário ter de infra-estrutura e documentação para a realização do evento (em termos de quantidade). Além disso, a polícia pode sempre e a qualquer momento ter acesso ao local (como já ocorre) extinguindo/inibindo assim aqueles que prejudicam a cena eletrônica, os seja, traficantes, ladrões e usuários de droga.

Hoje, quase 100% das festas realizadas cooperam com a prefeitura local através da doação de alimentos, brinquedos ou roupas. Outro ponto importante é que uma festa eletrônica gera receita para a economia da cidade e região, através da contratação de centenas de funcionários (portaria, limpeza etc), serviços (médico, segurança, artistas, bombeiro etc), turismo (hotéis, pousadas etc), materiais recicláveis e logicamente divulgando a própria cidade e cultura predominante neste momento no país."

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Sobre a proibição das raves....

Preciso voltar a escrever no blog, afinal, música eletrônica faz bem pra minha alma, e tem muita coisa boa a ser dita....
Difícil mesmo ta sendo encontrar algum tempo livre.. um simples minutinho está complicado...

Bom, fiz uma matéria sobre proibição de raves, um assunto seríssimo, que foi publicada no Psyte: http://psyte.uol.com.br/aspx/redacao/textos/texto.aspx?seq=459

Para aprofundar o assunto por aqui e não ser repetitiva, vou publicar a entrevista crua e na íntegra com o DJ Feio.
Segue:


Você considera que seja censura, a proibição de eventos de um estilo musical, a música eletrônica?

OLHA EU REALMENTE NAO ENTENDO, POIS SE VOCE FAZ UM EVENTO MISTURANDO OS ESTILOS DIGITAL E ANALOGICO, ISSO DESCARACTERIZA O EVENTO COMO DE MUSICA ELETRONICA, E OS ALVARAS ETC E TAL SAO DADOS E APROVADOS PELAS AUTORIDADES, ATE MESMO DENTRO DOS GRANDES CENTROS, COM VARIAS RESIDENCIAS NAS REDONDEZAS, ENTAO ACREDITO QUE ESSAS PROIBICOES VAO MUITO ALEM DO FATO DE SER A MUSICA ELETRONICA,VIDE PLANETA ATLANTIDA NO SUL, SKOL BEATS E O SHOW DO RADIOHEADS COM O KRAFTWERK QUE E ELETRONICO EM SAO PAULO, E POR AI VAI. OS LOCAIS PROCURADOS PARA AS FESTAS DE MUSICA ELETRONICA SEMPRE SAO DISTANTES DE CENTROS URBANOS JUSTAMENTE PARA NAO INCOMODAR AS PESSOAS QUE NAO GOSTAM DO TUM TUM TUM. TODAS AS FESTAS CONTAM SEMPRE COM POLICIAMENTO, MUITO MAIS OSTENSIVO, DO QUE EM MUITOS SHOWS E EVENTOS QUE ACONTECEM POR AI. SE FOR FALAR DE DROGAS, ISSO E UMA COISA QUE ESTA EM TODAS AS PARTES, DAS FAVELAS AS ALTAS ESFERAS DA SOCIEDADE MUNDIAL, ENTAO NAO SERIA UMA DESCULPA PLAUSIVEL.

Qual sua opinião sobre isso, como grande empresário da cena?

PARA MIM E UM RACISMO A JUVENTUDE BRASILEIRA E MUNDIAL COM RELACAO A MUSICA ELETRONICA, MAS NOS COMO XXXPERIENCE, TEMOS UM RESPEITO MUITO GRANDE PERANTE OS ORGAOS PUBLICOS QUE SABEM QUE TUDO O QUE E EXIGIDO SAO CUMPRIDOS POR NOS, E EU DISSE TUDO TUDO MESMO, ATE COISAS ABSURDAS COMO 1 SEGURANCA PARA 10 OU 20 PESSOAS, E AS VEZES NUM ESTADIO DE FUTEBOL, ESSA EXIGENCIA NEM SEMPRE E CUMPRIDA, E POR AI VAI.

Já teve algum tipo de problema com a realização de suas festas, em termos de alvará, esbarrou em leis municipais e/ou estaduais, como foi?

GRACAS A DEUS SO TIVEMOS ALGUMAS FESTAS COM PROBLEMAS, COMO NO RIO GRANDE DO SUL, NA PRAIA DE JUQUEI NO LITORAL NORTE PAULISTA E CAMPOS DE JORDAO, MAS QUE FOI LIBERADO POR UM JUIZ DE SEGUNDA ESTANCIA, DEVIDO A ESTARMOS 100% DENTRO DA LEI E DE NAO TEREM NENHUM INTERESSE POLITICO COM A REGIAO.